segunda-feira, 19 de julho de 2010

O “analfabeto” Lula cuida mais da educação que o “sociólogo da Sorbonne”

*Gentilmente indicado por ALESSANDRA POSSEBON ao grupo de discussão do curso.


O príncipe dos sociólogos, Fernando Henrique Cardoso, foi líder de uma “grande obra”: a privatização quase que total do ensino superior. Em 1995, quando assumiu, 60,2% dos alunos matriculados estavam em instituições particulares – este número subiu para 71% ao final do seu governo.




Por DENNIS OLIVEIRA, para a Revista Fórum.


O príncipe dos sociólogos, Fernando Henrique Cardoso, foi líder de uma “grande obra”: a privatização quase que total do ensino superior. Em 1995, quando assumiu, 60,2% dos alunos matriculados estavam em instituições particulares – este número subiu para 71% ao final do seu governo. Logo ele, que foi formado em uma universidade... pública! E o seu ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, fez carreira acadêmica e foi reitor de uma universidade... pública, pasmem!!!

Na época deles, a avaliação dos cursos superiores era feita da seguinte forma: uma comissão formada por dois professores avaliadores, indicados pelo Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior, era designada para avaliar in loco todas as condições da instituição proponente do curso superior. Esta comissão dava uma nota e o parecer favorável ou desfavorável quanto ao pleito da instituição de abrir aquele curso, levando em consideração aspectos da infra-estrutura, qualificação do corpo docente, biblioteca, laboratórios, etc. Detalhe: a instituição avaliada recebia, antes, o nome dos avaliadores e as respectivas contas bancárias para as quais deveria depositar o valor correspondente ao custo da avaliação!

Como diria meu sobrinho: Captou? Captou? O avaliado paga o avaliador! E o avaliador tinha o poder quase que total para decidir pelo deferimento ou não do pleito da instituição. Por isto, na gestão de Paulo Renato, proliferou um sem número de faculdades particulares, bem como uma expansão desenfreada de novos cursos que teve como conseqüência a queda da qualidade de ensino. O único mecanismo de avaliação que o MEC implementou naquele período foi o chamado Provão, o Exame Nacional de Cursos, que, ao final, punia mais o aluno que a instituição que ele cursou.

Atualmente, o novo sistema prevê que os avaliadores in loco apenas fazem um relatório com base em quesitos pré-estabelecidos e depois, com base nisto e documentação institucional, o MEC aprova ou não os pleitos das instituições de ensino superior. Alguns avaliadores que foram do sistema antigo diziam que passaram até por ameaças de morte quando estavam avaliando instituições em locais distantes. Eram, praticamente, forçados a dar o parecer favorável. Sem contar na possibilidade que havia de corrupção em função dos depósitos das diárias serem feitos pela própria instituição avaliada. Hoje, quem faz este pagamento é o MEC. A instituição paga uma taxa de despesas para o MEC e só depois sabe quem comporá o grupo de avaliadores.

Os critérios de seleção dos avaliadores também mudaram. Antes, os critérios não eram muito claros, havia até professores com pouca qualificação atuando como avaliadores. Atualmente, a seleção tem alguns critérios mínimos, como ser doutor e, no caso das avaliações institucionais, ter uma experiência como gestor (ter sido coordenador de curso ou diretor de faculdade, por exemplo). Além de ter que passar por um treinamento.
Alguns dizem que a ação do MEC ainda é tímida, existem muitas instituições de ensino superior sem qualidade funcionando e até ampliando os cursos oferecidos. Porém, as denúncias e até mesmo algumas atitudes no sentido de exigir qualidade das instituições particulares aumentaram neste governo. Além da, é claro, expansão das vagas nas instituições públicas.

Por tudo isto, é risível quando criticam o presidente Lula por ele “não ter estudo”, chegam até dizer que isto desestimula os jovens a continuar estudando. O governo anterior, do PSDB, com FHC e Paulo Renato, dois expoentes das grandes universidades públicas do país, USP e Unicamp, foram os que mais agiram para privatizar e destruir a qualidade do ensino superior brasileiro. Paulo Renato tem sido, atualmente, o artífice do sucateamento da educação básica em São Paulo.

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